Coube-me a honra de pronunciar breves palavras neste jantar de encerramento da Cimeira 2014 da Federação Universal para a Paz.
As minhas primeiras palavras são de agradecimento pelo convite que nos foi endereçado para participar nesta tão importante efeméride, o que muito nos honra. Quero, igualmente, aproveitaresta oportunidade para agradecer a calorosa hospitalidade que nos foi reservada durante a nossa estadia neste belo País.
Venho de um pequeno Estado insular, conhecido por ilhas maravilhosas do Golfo da Guiné, São Tomé e Príncipe, um País que tem trilhado o seu caminho rumo a construção democrática, alicerçada nos princípios universais dos direitos humanos e da Carta das Nações Unidas, como desideratos para transformar o país numa sociedade onde todos possam viver com felicidade e dignidade. É deste pequeno País que vos trago a saudação, o calor do seu povo e os votos da tão almejada construção de uma paz duradoira para a humanidade.
Depois de três dias de debates intensos e bastante profundos, eis que chegamos ao fim de um importante exercício de cidadania universal: trocamos ideias, concertamos posições em prol da construção de um BEM COMUM UNIVERSAL, a paz.
Esta Cimeira realiza-se numa conjuntura económica e financeira global de crise e de uma terrível ameaça à paz e segurança universais, devido a conflitos armados cujas sequelas são indeléveis.
Esses conflitos que se multiplicaram em vários cantos do planeta, com destaque para os do Leste Europeu, Médio Oriente, Grandes Lagos, zona do Sahel, só para citar alguns exemplos, têm ceifado vidas inocentes, destruído famílias inteiras, proporcionado milhões de refugiados e relegado os países ao subdesenvolvimento, que por sua vez, de forma cíclica, potenciam novos conflitos.
Urge, Excelências, que mobilizemos todos os mecanismos ao nosso alcance, que congreguemos as sinergias necessárias para colocar um ponto final nessas barbáries sob pena de assistirmos a dizimação da humanidade.
Quero aproveitar a oportunidade que se me oferece para saudar a Federação para a Paz Universal pelos esforços que tem envidado em prol da construção da paz no mundo, pela ponte que tem criado entre raças, culturas e religiões. Por esta razão, gostaria de render a devida homenagem ao seu líder fundador, o Reverendo SUN MYUNG MOON, por este contributo à paz mundial. Encorajamos a Federação a prosseguir nesta senda e apelamos à todos os presentes que nos unamos em torno desta tão nobre causa.
Estamos convencidos que é possível construir-se a paz. Precisamos acima de tudo, de construir aquilo a que alguém chamou de “paz positiva”, ou seja aquela que, além do abandono definitivo da ideia de guerras, implica a ideia de cooperação entre povos e nações com vista à interacção da sociedade humana. Esta verdadeira paz deve ser a consequência de acções contra a violência e a guerra, através da protecção dos direitos humanos, do combate às injustiças socioeconómicas, do desarmamento e da desmilitarização. E a paz não significa ausência de guerra.
Para isso, é preciso que ergamos a bandeira da tolerância racial, religiosa e cultural. É preciso educar para a paz.
É preciso uma nova ordem económica mundial mais justa.
É preciso que envidemos esforços no sentido da promoção dos direitos humanos e da justiça social.
Eu acrescentaria que é preciso que façamos a reconciliação da humanidade com o legado da história que fez um mundo multipolar quer do ponto de vista político, quer cultural e religioso.
A humanidade precisa seguir o exemplo da mãe natureza que encontra a sua harmonia e o seu equilíbrio na diversidade geográfica, animal e vegetal.
Precisamos de ser tolerantes para com a diversidade.
Ao terminar, gostaria de reiterar os agradecimentos pelo convite e deixar expresso a manifestação do nosso apreço pela forma como decorreram os trabalhos. Fazemos votos para que o produto dos debates que aqui tiveram lugar seja um contributo efectivo para a paz universal.
Bem haja à todos e muito obrigada.